quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Instante

E, de repente, o céu  escuro e frio recebeu os primeiros raios de luz quente e viva!
Paralisou o que poderia ser chamado de lembrança
e a alma simplesmente ia....
O que a retina captou fez o peito ser esperança...
Agora tinha certeza que o coração iria aquecer...
A porta se abre e diz: "esqueça de esquecer
e lembre-se de viver"...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Às vezes é melhor ser boba

Parece ser frequente a tentativa de uns em enganar outros com desculpas que, no mínimo, requer muita incapacidade intelectual para acreditar. Mas alguns caem, principalmente as mulheres. Mesmo que sabemos que isso pode ocorrer com ambos os sexos...  Mas parece ser cultural o homem se utilizar de frases clichês, em vez de assumir seus desejos, ou a falta deles. Como isso acontece? Bem, existem muitos mecanismos envolvidos, inclusive a negação da verdade e a dissonância cognitiva . Infelizmente isso só "pega" pelo desejo inconsciente da mulher de ser enganada, ou mesmo inocência. É uma lástima que alguém prefira enganar a ser sincero, já que é a si próprio principalmente que está enganando... Não há como servir a dois deuses, nem a dois amores, nem a duas versões. Certas coisas ou são, ou não são.
Explico melhor.
A verdade é que o tempo é feito a partir de escolhas, ele sempre foi e sempre será corrido, isso porque ele é limitado. Se ele lhe diz que não ligou para você pois estava trabalhando demasiadamente, isso quer dizer que ele tem outras prioridades que não é você. Pode ser outra mulher ou não, na verdade, isso pouco importa. Mas o que ele está lhe dizendo com seus comportamentos é que não é com você que ele deseja compartilhar o seu tempo no seu dia.
Se ele lhe diz que lhe ama muito mas não pode ficar com você, por qualquer motivo que seja: ele não é maduro, não é bom o bastante, está trabalhando muito, não ganha o bastante, etc.. Não se iluda, quem ama quer ficar perto, se ele lhe diz isso é porque ele até pode gostar de você, mas você não é A pessoa. No mínimo, ele está em dúvida entre você e outra. Pesquisas apontam que homens normalmente só se desligam de suas parceiras se há outra em vista. Assim, é bem capaz que isso esteja acontecendo com ele também... Mas sendo otimista (ou não), ele não está seguro que lhe quer. Lembre-se de você, você apaixonada deixaria de viver uma paixão por alguma das razões que ele coloca? Não? Então já sabe a resposta...
Às vezes é difícil para a mulher perceber que sentimentos, de alguma forma, são universais. Claro que existem diferenças de gênero em relação a como cada um desempenha e os expressam, no entanto, quando há sentimentos os comportamentos devem ser condizentes. Ou seja, quem ama tem comportamento de quem está amando, quem só tem atração física, tem comportamentos equivalentes com isso também... Portanto, é extremamente importante avaliar se o seu parceiro está produzindo comportamentos que se referem aos sentimentos que são colocados. Lembre-se que falar é fácil, não se iluda com as palavras bonitas. Cheque se suas ações também  podem ser tão apreciadas quanto seu discurso...
É verdade que é melhor ser boba, pois se dar conta de todos esses mecanismos é perceber que o outro acha que você não percebe o que ele está lhe dizendo através de seus comportamentos. Ser sagaz nesses casos é avaliar o quanto o outro acha que você é boba.  Enfim, por favor... mesmo sendo duro assumir isso, dê um cheque-mate nesse idiota... não em sua inteligência!

domingo, 16 de janeiro de 2011

O que me dói mais...

O que me dói mais não é a separação, nem a distância, a falta do carinho, muito menos o que passamos. O que me dói mais é saber que não poderei me doar a quem escolhi, a quem me entreguei e sonhei. Dói no fundo das minhas entranhas saber que mesmo tendo um amor puro, sincero, inteiro.... nada foi suficiente. Dói, uma dor de impotência, de ausência, de não ter o que fazer. Dói profundamente pois meu desejo é diferente do presente. E talvez por isso seja tão difícil permitir que esse amor siga seu caminho, que de presente só tem o tempo.
Dói pois eu sei que a dor é inevitável. Ou a dor da espera da mudança de algo que poderá ser imutável, ou a dor da ausência... Como posso? O que faço? Tá difícil...

Ass. do Estômago...


"Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir." 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E que de minha dor possa vir o adubo necessário para eu crescer, florescer e entender a razão de tudo isso... Que minhas lágrimas possam lavar todo sangre que por meu peito escorre e me derruba...


E um dia, sem saber que eu existo, Martha Medeiros escreveu:...


"Não passam as dores, também não passam as alegrias.
Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve pra montar o quebra-cabeça da nossa vida, um quebra-cabeça de cem mil peças.
Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ela lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é.
Não há nenhuma peça que não se encaixe.
Todas são aproveitáveis.
Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de "passou".
Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menos esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro."

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Por falar no medo, uma inspiração!

“Nosso maior medo não é sermos inadequados. Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar. É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: “Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?”.
Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus.
Você, pensando pequeno, não ajuda o mundo. Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que os outros não se sintam inseguros ao seu redor.
Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. Isso não ocorre somente em alguns de nós; mas em todos.
Enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo. Quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libertará outros.”


“Our deepest fear is not that we are inadequate. Our deepest fear is that we are powerful beyond measure. It is our light, not our darkness, that most frightens us. We ask ourselves, who am I to be brilliant, gorgeous, talented, and fabulous? Actually, who are you not to be? You are a child of God. Your playing small doesn’t serve the world. There’s nothing enlightened about shrinking so that other people won’t feel insecure around you. We are all meant to shine, as children do. We are born to make manifest the glory of God that is within us. It’s not just in some of us, it’s in everyone. And as we let our own light shine, we unconsciously give other people permission to do the same. As we are liberated from our own fear, our presence automatically liberates others.” 
The above speech by Nelson Mandela was orignally written by Marianne Williamson who is the author of other similar material.”

domingo, 9 de janeiro de 2011

Ah... mar

Sinto cheiro de não sei que
que me borbulha
me faz duvidar
Sinto muito por não sei que
que me embrulha
me faz chorar
Sinto toque de um que
que luta e entulha
me faz  rechaçar
Sinto mais um não sei que
que me faz vir como pluma
e me deixar pra lá como mar...

Identificada

Como certos textos, apesar de serem escritos por outros autores, tocam de tal maneira que parecem ter sido brotados de dentro de si.e chegado até as mãos do escultor...




E se perguntassem o que vem a ser o certo, Gabriela olharia com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa. O olhar de repente vidrado de quem tem sede de entender as coisas que acontecem ao redor. Ela não sabia amar, talvez. Então mais um amor havia ido embora, mais um amor havia chegado ao fim. Nessa imensa individualidade onde ninguém podia entristecê-la sempre cresciam espinhos. Espinhos para machucar aqueles que a machucavam, então assim não a tocavam. Não tocava porque o medo da mágoa não deixava que lhe tocassem, ou então havia medo porque não haviam tocado fundo o suficiente para que o medo não existisse. Que triste então estava sendo, mas Gabriela parecia acostumada. Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado. A maquiagem borrada em volta dos olhos tinha sido limpa na noite anterior. Quando Antônio e ela se encontraram; ela parecia inteira. Inteira porque não tinha ficado nada dela para trás. Seus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era mais um fim doído, choroso, arrastado. Fosse o ponto final sua última lágrima de dor, já havia então sido decretado. Decretado num discurso mudo, num adeus em silêncio. Dito através de tudo daquilo que não havia sido falado. Antônio não parecia prestes a dizer nada. Gabriela não diria; se pudesse escolher, teria ficado calada, mas lhe escapou: “Meu coração tá ferido de amar errado. De amar demais, de querer demais, de viver demais. Amar, querer e viver tanto que tudo o mais em volta parece pouco. Seu amor, comparado ao meu, é pouco. Muito pouco. Mas você não vê. Não vê, não enxerga, não sente. Não sente porque não me faz sentir, não enxerga porque não quer. A mulher louca que sempre fui por você, e que mesmo tão cheia de defeitos sempre foi sua. Sempre fui só sua. Sempre quis ser só sua. Sempre te quis só meu. E você, cego de orgulho bobo, surdo de estupidez, nunca notou. Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você, meu homem, é que não soube cuidar. E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado. Seja feliz.”
Caio Fernando Abreu